Em uma tardinha de primavera, trinta jovens foram passear em uma floresta, divertindo-se muito, sem dar conta de nada além disso. De repente, perceberam que todos os seus pertences tinham sumido. Surpresos, começaram a buscá-los por todo o bosque.
Depois se descobriu que tudo havia sido roubado por uma prostituta, que acompanhava o único homem solteiro do grupo. Vendo que todos estavam totalmente imersos na diversão, ela roubou todos os pacotes e sumiu.
Correndo de lá para cá na floresta em busca dessa mulher, os jovens encontraram um homem santo, que fazia zazen silenciosamente ao pé de uma árvore.
“Venerável, o senhor viu por acaso uma mulher que fugia?”
“Jovens, se a encontrassem, o que fariam?”
Os jovens que contaram o que havia acontecido. O santo homem disse:
“Meus jovens amigos, entre encontrar essa mulher e encontrar você s mesmos, o que acham que é mais importante?”
Os jovens não souberam responder a essa pergunta inesperada.
A mulher havia-os roubado justamente porque, distraídos pelo prazer, não estavam mais em si mesmos. E depois de terem descoberto o furto, tinham perdido ainda a cabeça, correndo de lá para cá sem saber o que fazer. Os jovens eram todos de boas famílias, até cultos. Ao caírem em si com a pergunta do velho mestre, responderam sem hesitação:
“Encontrar a nós mesmos é claro.”
Assim o velho lhes disse:
“Sentem-se. Vou-lhes ensinar sobre a verdade.”
Com clareza e paciência, explicou-lhes o verdadeiro Eu. Seu ensinamento como a chuva compassiva que molha a terra árida, penetrou o coração dos jovens, que não conheciam ainda os males do mundo. Assim ficaram muito felizes ao ouvirem suas palavras e se tornaram seus discípulos.
O mestre Dogen dizia: “Estudar o caminho de Buda é estudar a si mesmo.” Buda recomendava: “Devemos nos basear no Darma e em nós mesmos, não em outras coisas.” E ensinava:
O Eu
é o refúgio do Eu.
Deixando este lar, onde se apoiará
senão no próprio Eu?
Um Eu bem disciplinado
é o melhor, o incomparável abrigo.
(Dhammapada, verso 160)
Diz-se que “até o inferno pode ser comprado”. As pessoas pensam que o cerne da vida é o dinheiro, ou que é a glória que vale a pena perseguir. E se não tem nem um nem outro, então pensão que é o amor do marido, da mulher, dos filhos ou dos pais. Mas então o que será este “EU” que, segundo o ensinamento de Buda, é mais importante que o dinheiro, o sucesso ou a família?
Certamente não deve ser nosso pequeno “eu”, que apenas chora e se lamenta. O Eu “bem disciplinado” não é assim.
Mas como e de que maneira podemos disciplinar esse “Eu”?
Para mim, esta possibilidade ainda está muito distante.
Shundo Aoyama Roshi
Shundo Aoyama Roshi
Para Uma Pessoa Bonita
eu pequeno X eu largo
ResponderExcluireu, EU
eu:
pequeno mas largo
EU
largo eu
largo tu
largo eles
choro largo
lamento largo
sorrio largo
EU largo eu largo EU largo...
o cerne da vida!
perseguir?
apenas estar onde nosso 'eu' possa se alargar ar
ar!
pequeno em mim
mas largo e grande em nós dois
três
quatro...
largo da praça onde cabe mais gente