Oshougatsu: Ano-novo japonês




O Ano-Novo japonês, oshougatsu, é uma das comemoração mais importante do calendário do japonês. Diferentemente dos hábitos brasileiros, os japoneses não celebram vestidos de branco, bebendo champanhe ou pulando sete ondas em uma praia para depois cair na folia em um Carnaval fora de época, como ocorre no Brasil.
Con­si­derado sagrado pelos japoneses, o oshou­gatsu é, acima de tudo, uma data reservada para que a pessoa possa se purificar, fazer orações de agradecimento e receber o novo ciclo que se inicia. Em vez de saudar o fu­turo e fazer muitos planos como os ocidentais fazem ao dizer “Feliz Ano-Novo”, os japoneses agradecem pelas conquistas obtidas no ano que está terminando, di­zendo: “Akemashite omedetou gozaimasu!”
A preparação para o oshougatsu começa cedo. Em novembro, os japoneses fazem verdadeiras faxinas em suas residências, que chamam de oosôji, uma espécie de purificação, cujo sentido não é só de limpeza do espaço físico mas também espiritual. A limpeza se estende às empresas, e os funcionários são convocados para, em mutirão, purificar o ambiente de trabalho.
Se tratando de um país com maioria budista, à meia-noite há a cerimônia budista chamada Joya-no-Kane, que consiste em 108 badaladas dos sinos dos templos japoneses, de acordo com os ensinamentos budistas, os seres humanos tem 108 desejos mundanos, obstáculos à Iluminação, aos quais renunciamos quando os sinos são tocados aquele numero de vezes. Assim, estes obstáculos são transformados em Portais do Darma. Mas não são somente os budistas que aderem a essa tradição. Para a maioria dos japoneses, é hora de buscar a purificação e saudar o ano que chega.
Na véspera do Ano Novo, as famílias se reúnem para comer sobá (macarrão de trigo sarraceno), que neste caso é chamado de Toshikoshi-sobá – literalmente macarrão da passagem de ano.
Hoje em dia este macarrão, por ser fino e longo, simboliza longevidade, pois lembra barba e cabelos brancos dos deuses da longa vida.
Além disso, o sobá tem o mesmo som da palavra japonesa que significa perto – ou seja , indica a proximidade do Ano-Novo.
Outra tradição é beber saquê doce (otosô), que começa a ser servido pela manhã. Segundo os antigos, o vinho de arroz japonês traz saúde e vida longa. Sendo assim, saúde, ou, em japonês: kampai!

Referências:

http://madeinjapan.uol.com.br
http://japaoonline.locasite.com.br

Presentes sob a Árvore Boddhi

Lisa Simpson entra em crise com sua fé e se converte ao Buddhismo, o Reverendo Lovejoy tenta dissuadí-la dizendo que ela não pode mais celebrar o Natal porque “Papai Noel não deixa presentes embaixo da Árvore Boddhi”. Então Lisa visita o “Templo Buddhista de Springfield” onde Lenny, Carl e Richard Gere estão meditando e recebe um conselho.



Feliz Natal a todos!

Primeiros Passos no Zen




"Você não deveria menosprezar o seu primeiro passo no caminho espiritual. Ele é, talvez, o mais importante, e não deveria ser dado assim de qualquer jeito, displicentemente. Por favor, esteja bem atento, presente, consciente, de coração, dando o seu primeiro passo no Zen. Isto é muito importante! Eu gostaria que vocês todos vissem que, no fundo, este singelo e pequeno 'primeiro passo' já encerra em si mesmo todo o caminho. Se você der um passo na direção certa, com uma orientação adequada, rumo ao Buda e ao Darma verdadeiros, na verdade, você 'já chegou'. Caminhar em direção ao Buda verdadeiro é já tê-lo encontrado! Se a viagem será longa ou curta, não faz diferença! Qual a pressa? Caminhando assim, estaremos serenos, nosso andar respeitará nosso próprio ritmo. Seremos gentis com nossos pés, com nosso corpo e mente. Tudo isto permitirá que fiquemos atentos e receptivos para desfrutar todas as maravilhas da paisagem que se descortina a cada novo passo. Por isso, às vezes digo que andar bem o caminho é mais importante do que 'chegar'. Quando você andar assim, vai perceber que cada passo no Zen é sempre o primeiro passo... "

(Daigyo Moriyama Rôshi) 

O ativismo social dos Zenpeacemakers



A filosofia Zenpeacemaker foi desenvolvida por Roshi Bernie Glassman com a fundação do Centro Zen de Nova Iorque (ZCNY) no início dos anos oitenta. Durante a década de setenta Roshi Glassman atuou no Centro Zen de Los Angeles, junto ao seu professor Maezumi Roshi, até que se mudou  para Nova Iorque para estabelecer um novo centro de prática. Bernie Glassman havia sido educado em um contexto de idéias de esquerda; isto junto  a novas experiências pessoais  levam-no a ver como perfeitamente natural  a combinação da prática zen tradicional com trabalho social junto à comunidade  local.
A primeira grande mudança foi a decisão de mudar-se de uma mansão numa zona rica da cidade – Riverdale- para uma casa na comunidade carente de  Yonkers, onde estava a população menos favorecida, a qual já vinham atendendo.
Este primeiro passo  trouxe muitas consequências. Vários praticantes deixaram o centro, pois pensavam que a vida espiritual era algo separado do trabalho social; já outras pessoas foram atraídas justamente pela possibilidade de  combinar o ativismo social com a espiritualidade. A primeira medida do ZCNY foi estabelecer um programa de treinamento vocacional para a população desempregada. Para isso praticantes de São Francisco vieram passar um longo período em Nova  Iorque onde ensinaram a como fazer pão e doces.  Já habilitado, o centro  com o nome Fundação Greyston, abriu uma padaria que começou a treinar as pessoas neste ofício.   A partir daí, dentro de uma visão holística abriu-se uma creche para cuidar dos filhos das mães que estagiavam na padaria e em seguida, seguiu-se um programa de renovação de moradias, com a Fundação Greyston  canalizando recursos municipais, estaduais e federais  para a área de habitação popular. Bernie Glassman foi agraciado com o titulo “Empresário Social do Ano” por este projeto exitoso,  que extendeu-se de 1980 a 1994.  Ao longo deste tempo não  deixou de lado junto a seus alunos o estudo do budismo nem da filosofia Zen, tendo  publicado dois livros neste período: “Instructions to the Cook” sobre  a implantação do projeto Greyston  e  o segundo, “The Perfect Circle” sobre os ensinamentos Zen.  A partir de 1995, junto com sua segunda esposa, Jishu Holmes, Bernie Glassman deixa Greyston que já funcionava autonomamente e  criam o Zenpeacemakers como a organização que leva adiante a filosofia do ativismo social como base de uma espiritualidade voltada para os mais necessitados. Surgem os retiros de rua e de Auschwitz, como parte do treinamento para desenvolver a compaixão,  através de visitas ou da imersão em situações  de extremo sofrimento humano, que leva  cada um a se comprometer profundamente em aliviar o sofrimento tanto próprio como dos demais. Um outro aspecto essencial  dos Zenpeacemakers é o trabalho interreligioso, como base para uma filosofia de paz mundial. Para tanto,  a partir do ano 2000, quando recebem  como doação uma fazenda abandonada, o grupo dedica-se à construção da sede, a “Casa de todos os Povos” --Motherhouse em inglês—em Massachussets, perto de Boston.  A construção desta sede consome os recursos materiais e humanos do grupo por mais de três anos até sua inauguração em 2006. A partir de janeiro de 2007 uma comunidade de 54 centros afiliados tem se reunido anualmente para treinamento e discussão sobre os rumos da organização, estando  o Viazen participando  desde 2007. Os Zenpeacemakers atualmente têm a proposta de ser uma organização de apoio a todos os ativistas sociais de orientação espiritual. Para isso, já em 2008 começou uma formação intensiva por quatro meses de ativistas sociais no modelo de Greyston.  O programa é bastante abrangente e inclui aulas de organização comunitária, psicologia individual e grupal e princípios da liturgia budista  para os que optam pelo caminho da ordenação Zenpeacemaker, em parceria com a Faculdade de Religião de Harvard. Com o nome de Instituto Maezumi,  torna-se  um espaço  interreligioso,  onde ocorrem mensalmente serviços judaicos, hindus e sufis . O link abaixo dá informações detalhadas em inglês sobre o trabalho atualmente desenvolvido nos USA.
Em Porto Alegre o Zenpeacemakers , coordenado por José Ovídio C. Waldemar, em parceria com o Instituto da Familia e o Viazen tem desenvolvido um programa de consultas psicoterápicas gratuitas para os alunos das escolas públicas do bairro Petrópolis. Há dois anos começou também um programa de educação em Inteligência  Emocional na Escola Ivo Corseuil e em 2008 iniciou uma parceria com o núcleo de ação social (NASCEM) do CEEB (Centro de Estudos Budistas Bodisatva) na vila Jardim Castelo em Viamão.

Artigo de Ovídio Waldemar, praticante do ViaZen de Porto Alegre, RS

Bodhidharma - Esforço

Se você não ver sua natureza, e passar o tempo todo procurando noutro lugar, você nunca encontrará um buda. A verdade é: nada há para encontrar, mas para atingir tal entendimento você precisa se esforçar para entender.
Se, todavia, numa situação afortunada e rara, uma pessoa dotada de profunda inteligência entende o que Buda quis dizer, essa pessoa não precisa ser instruído por ninguém. Tal pessoa tem uma consciência natural superior a todo ensinamento. Mas se você não for tão dotado, estude muito, que através da instrução você entenderá.
As pessoas que não entendem e pensam que podem entender sem estudo não são diferentes daqueles ignorantes iludidos que não podem diferenciar branco do preto.

Bodhidharma - Reconhecer sua Natureza

Os budas não salvam budas. Se você utilizar sua mente para procurar um buda, você não verá o buda. Uma vez que você procure por um buda alhures, você nunca verá que sua própria mente é o buda. Não use um buda para adorar um buda. E não use sua mente para invocar um buda. Budas não recitam sutras. Budas não mantêm preceitos e budas não quebram preceitos. Budas não mantêm ou quebram coisa alguma. Budas não fazem bem ou mal.
Para encontrar um buda você tem que ver sua natureza . Quem quer que veja sua natureza é um buda. Se você não vê sua natureza, invocar budas, recitar sutras, fazer oferendas e manter preceitos é inútil. Invocar budas resulta em bom karma, recitar sutras resulta em boa memória, manter preceitos resulta em um bom renascimento e fazer oferendas resulta em futuras bênçãos - mas não em Budas.